O Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo (Sinmac) encerrou 2019 com o registro de 212 ocorrências, correspondendo a 31,2%% menos relatos que no ano anterior. Esse quadro gera preocupação ao Inmetro, considerando que as informações passadas pelos consumidores são de fundamental importância para que agentes públicos e privados possam adotar medidas preventivas e, além disso, no caso do Inmetro, atualizar seus regulamentos e melhor direcionar as ações de fiscalização de forma a reduzir cada vez mais os riscos para a sociedade.
“É muito importante que toda a sociedade esteja consciente da relevância de relatar esse tipo de acidente para a devida notificação dos casos”, assinala Paulo Coscarelli, responsável pela Coordenação Executiva e de Gestão do Inmetro. Por meio do Sinmac, o Inmetro pode empreender iniciativas a fim de minimizar o risco de acidentes. Do total de acidentes de consumo relatados em 2019, 23% demandaram atendimento médico.
Entre os relatos recebidos no Sinmac, 23,8% envolveram crianças de até 14 anos. “Esse acidente, dependendo da gravidade da lesão e com quem ocorre, gera um custo social bastante grande”, pondera Coscarelli. De acordo com ele, estudos mostram, por exemplo, que uma criança que sofre lesão permanente, como a amputação de um membro, ou que fique paraplégica ou chegue à morte, gera impacto grande no núcleo familiar, muitas vezes sem volta. “A associação desse tipo de evento com o índice de separação e divórcio é muito elevado porque os familiares buscam culpados e isso acaba fragmentando e desfazendo o núcleo familiar”, justifica.
Além disso, ressalta o coordenador do Inmetro, as consequências de um acidente de consumo podem gerar os mais variados efeitos colaterais: uma lesão pode levar o consumidor a algum tipo de atendimento médico, com impacto no sistema de saúde do país, ou o paciente lesionado pode ter que se afastar do posto de trabalho, fazendo com que haja perda de produtividade para sua empresa e, consequentemente, para o Brasil.
Eletrodomésticos lideram a lista de relatos de acidentes
De acordo com o Sinmac, os eletrodomésticos lideraram os relatos por família de produtos, com 25% das ocorrências, seguidos por brinquedos, com 19%, e serviços, que responderam por 9% dos relatos de acidentes. “Para que consigamos identificar com precisão quais são os produtos e serviços e quais riscos oferecem à saúde e à segurança precisamos do consumidor. É preciso que ele entenda o conceito e que saiba identificar um acidente de consumo e nos ajude registrando as ocorrências mas, na dúvida, registre porque cada um dos registros é analisado e validado por nós”, reforça Coscarelli, acrescentando que o consumidor brasileiro precisa assumir seu papel como protagonista na definição de políticas públicas voltadas para a redução de acidentes provocados por produtos e serviços inseguros que são oferecidos no Brasil”.
Sobre o Sinmac
O Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo (Sinmac) foi criado em 2013. O Sinmac funciona como um banco de dados, fornecendo relatórios e estatísticas registrados no país, com filtros por produto, classe de produto e estado, bem como estatísticas que permitem estimar os impactos destes eventos no sistema de saúde – com o tratamento de vítimas -, e na produtividade do País – com o afastamento de consumidores que se acidentam em seus postos de trabalho. (http://www.inmetro.gov.br/consumidor/formulario_acidente.asp)
Fonte: https://www4.inmetro.gov.br/noticias/relatos-de-acidentes-de-consumo-ao-inmetro-caem-31-em-2019